terça-feira, 25 de junho de 2013

Musicoterapia


















A musicoterapia como disciplina teve início no século 20, durante as duas grandes guerras mundiais, quando músicos amadores e profissionais passaram a tocar nos hospitais de vários países da Europa e Estados Unidos, para os soldados veteranos. Logo, médicos e enfermeiros puderam notar melhoras no bem-estar dos pacientes. De lá para cá, a música vem sendo cada vez mais incorporada às práticas alternativas, complementares e terapêuticas. Em 1972, foi criado o primeiro curso de graduação no Conservatório Brasileiro de Música, do Rio de Janeiro. Hoje, no mundo, existem mais de 127 cursos, que vão da graduação ao doutorado. Sem contar os cursos de extensão e cursos livres. A música trabalha os hemisférios cerebrais, promovendo o equilíbrio entre o pensar e o sentir, resgatando a "afinação" do indivíduo, de maneira coerente com seu diapasão interno. A melodia trabalha o emocional. A harmonia, o racional e a inteligência. A força organizadora do ritmo provoca respostas motoras que, através da pulsação dá suporte para a improvisação de movimentos, e para a expressão corporal. O profissional é preparado para atuar na área terapêutica, tendo a música como matéria-prima de seu trabalho. São oferecidos ao aluno conhecimentos musicais específicos, voltados para a aplicação terapêutica, e conhecimentos de áreas da saúde e das ciências humanas. São oferecidas também vivências na área de sensibilização, em relação aos efeitos do som e da música no próprio corpo. Sendo inerente ao ser humano, a música é capaz de estimular e despertar emoções, reações, sensações e sentimentos. Todas as formas são freqüências sonoras. Nisto consiste o principal elo da unificação das diversas formas de existência. Na verdade a vibração é uma condição que se faz presente em quase tudo o que existe no universo imanente constituindo todas as coisas. A vibração não somente constitui quanto integra as mais diversas formas de existência. Trata-se de algo único por isto é que existe o efeito de ressonância. Qualquer alteração na vibração de uma estrutura se faz presente em tudo. Naturalmente nisto tem que ser considerado o grau de intensidade da ressonância, mas podemos dizer que embora a ressonância vá atenuando-se na medida em que o evento vai se afastando na escala vibratória, nunca atinge o nível zero. Agora, chamamos a atenção para o seguinte: Sempre que existe uma vibração ela não pode ser considerada como principio isolado. Outros princípios se fazem presentes, especialmente movimento e ritmo. A fim de que isto possa ser devidamente compreendido devemos ter em mente que existe certa diferença entre vibração e movimento. Basicamente vibração geralmente está condicionada a um ritmo, mas devemos salientar que o movimento pode ou não ser rítmico.
A Influência da Música no Corpo


















Desde a idade média a palavra era mais importante que a melodia. Foi na Grécia antiga que se descobriu a influência da música no corpo humano. Aristóteles falava do verdadeiro valor médico da música e Platão receitava música para a cura das angústias. Ele afirmava "a música é o remédio da alma". Virtudes ″mágicas″ da música eram transmitidas pelos instrumentos.    Sons produzem efeitos terapêuticos. A música é muito mais que um simples conjunto de sons que compõe uma melodia. Ela penetra nossa pele, provoca arrepios de prazer ou nos faz mergulhar em doces lembranças. Os efeitos benéficos à saúde física e mental da música foram descobertos mais de 30.000 anos atrás. O reconhecimento de que a música poderia provocar comportamentos e emoções, levou ao uso da música para a prevenção e cura de enfermidades físicas e mentais. O estudo da estrutura e do funcionamento do cérebro evoluiu muito nos últimos anos. Torna-se cada vez mais possível identificar as partes específicas do cérebro usadas para diferentes aspectos do pensamento e da emoção. Cada região cerebral contribui de forma específica para o funcionamento do sistema funcional como um todo.  Existem regiões no cérebro humano compostas por células especializadas destinadas a memorizar somente sons com determinados ritmos. Outras são destinadas a memorizar diferentes timbres de som.  Existem células que têm a função de armazenar somente a linha melódica de uma música e o conjunto desses grupos celulares, compõe a memória sonora. 

A área cerebral responsável pelo reconhecimento da música que ouvimos é a região ou córtex temporal do hemisfério direito do cérebro, assim como a execução das melodias e da prosódica musical. Melodia é a sucessão rítmica, ascendente ou descendente de sons, a intervalos diferentes e que encerram o sentido musical. Prosódia é o ajuste das palavras à música e vice-versa, a fim de que a sucessão de sílabas forte e fraca coincida com os tempos fortes e fracos dos compassos. O reconhecimento da música, portanto sua identificação, ou seja, sua percepção constitui uma função cognitiva. 

Também é função do córtex temporal direito executar a música cantando-a. O córtex temporal do hemisfério esquerdo é indispensável para a composição e escrita da música. No hemisfério esquerdo estão os centros da linguagem, que nos possibilitam a compreender a música.  Vemos no desenho cerebral, o exemplo citado.

Benefícios

Com relação aos efeitos benéficos da música nas emoções, no comportamento e nas funções cognitivas, quando utilizada, melhora o humor, o sono, a motivação, a autoconfiança, diminui a ansiedade, combate a tensão e a fadiga. Isso porque a música é capaz de ativar no cérebro os mesmos centros de recompensa que uma comida saborosa, droga ou sexo, reduzindo as concentrações dos hormônios do estress. No entanto, estilos musicais afetam as pessoas de formas diferentes. Quanto às funções cognitivas, a música pode auxiliar na manutenção da memória, concentração, facilita à percepção auditiva, a atenção, a repetição, estimula a memória imediata, a memória implícita (semântica e declarativa), o raciocínio abstrato, a imaginação e a criatividade. A musicoterapia que se efetua numa sala insonorizada, consiste em sessões semanais ou diárias, particulares ou em grupo, com a duração mínima de seis meses. Cada sessão tem uma fase de aquecimento, durante a qual o terapeuta entra em contacto com o paciente e avalia o seu estado. Depois de estabelecer o diagnóstico, o terapeuta escolhe o material que irá utilizar e inicia a sessão. Nesta, o paciente escutará e interpretará diferentes tipos de músicas, que podem ser gravadas, reproduzidas através de instrumentos convencionais ou com instrumentos criados especialmente para serem utilizados por pacientes portadores de alguma deficiência. O musicoterapeuta aplica todo o tipo de música (pop, rock, jazz, blues, etc.), no entanto a música de eleição é a clássica. A musicoterapia utiliza a música e os seus elementos para facilitar e promover a comunicação, aprendizagem, mobilização, expressão e outros objetivos terapêuticos. A terapia começa a ser utilizada nas grávidas para garantir proximidade e uma melhoria da qualidade de vida para o bebé e para a mãe.

Música e gestação











A gravidez é um momento muito especial na vida da mulher ou do casal, tenha sido ela programada e desejada, ou não. É acompanhada por grandes mudanças físicas, hormonais, emocionais e relacionais que merecem atenção diferenciada. Geralmente uma gravidez traz entusiasmo, boas expectativas, amor e alegria. Em certas situações, a gravidez pode também gerar insegurança, ansiedade, medo, tristeza, depressão ou rejeição. Em ambas as situações, para a manutenção da boa qualidade de vida da gestante, do bom desenvolvimento do bebê e da harmonia do casal, é importantíssimo que desde o início da gestação haja uma boa comunicação e bom vínculo entre a criança e os pais.  Durante a gestação, paralelamente ao desenvolvimento físico, sabe-se que a estrutura psíquica do bebê está em constante desenvolvimento. Ainda no período intra-uterino o bebê pode perceber todos os sons internos do corpo da mãe, todos os sons do ambiente onde a mãe vive e convive e é capaz de perceber todas as sensações, desejos e emoções que a mãe sente. Tais percepções estão intimamente ligadas ao início da formação da identidade e personalidade do bebê. Na musicoterapia, através de sons, músicas e movimentos corporais, a mãe (e pai, quando for o caso) estabelecem um contato mais íntimo com o bebê passando a relacionar-se intensamente com ele ainda durante a gestação, fortalecendo vínculos afetivos e a comunicação com a criança, visando gravidez, parto e pós-parto mais tranquilos e saudáveis. Segundo Maria Galicchio, membro da Federação Mundial de Musicoterapia, a música, através dos seus elementos, gera energia criativa e ao utilizar a música durante a gestação, a mãe passa ao feto, sons com informações ricas em conteúdo emocional. Isto contribui para o bem-estar do bebé e para o seu desenvolvimento físico e mental. A audição é o primeiro sentido a despertar. O feto entra em contacto com os ruídos da parede intestinal da mãe, do líquido amniótico e dos batimentos cardíacos e os sons externos começam a ser ouvidos a partir da 16ª semana. A partir da 20ª semana começa a reagir aos sons e na 25ª semana já reconhece as diferenças entre eles.  O objetivo da musicoterapia, durante a gestação, consiste, antes de mais, em favorecer o relaxamento, mas também, em estimular as percepções auditivas do feto. As sensações começam, geralmente, no 6º mês de gestação, no entanto a terapia pode iniciar-se muito antes. 

Música e Envelhecimento





















A música sempre acompanhou o envelhecer da humanidade, dando sentido aos movimentos e épocas, refletindo sentimentos. Por sua capacidade de transcender ao tempo, a música ultrapassa não só séculos e décadas como também permeiam as diferentes culturas e gerações inteiras, demonstrando as diferenças e semelhanças entre elas. Onde quer que haja um povo, uma cultura, ali existirá música. A velhice, como a música, pertence ao tempo. Um tempo que marca o corpo e constrói a memória, seja individual ou coletiva. As músicas de nossas vidas fazem parte dessa construção. Nós fazemos música para nos escutarmos nela.  A Musicoterapia na melhor idade se apresenta como uma terapia auto-expressiva de grande atuação nas funções cognitivas, isto é, para a manutenção das capacidades de memória, percepção, atenção, concentração e linguagem. A música atua como intermediadora na relação terapeuta/cliente, visando à melhoria da qualidade de vida, estimulando as ações físicas, sensório-perceptivas, psicológicas e sociais do indivíduo que tem o seu corpo como o primeiro instrumento musical a ser relembrado, conhecido e reconhecido. A utilização da música e seus elementos (som ritmo, melodia e harmonia) pelo musicoterapeuta em um processo estruturado facilita e promove a comunicação, o relacionamento, à aprendizagem, a mobilização, a expressão e a organização (física, emocional, mental, social e cognitiva), desenvolve potenciais e/ou recupera funções do indivíduo de forma que possa alcançar melhor integração social, familiar e conseqüentemente saúde, bem estar e desejo de viver. A musicoterapia não pode ser considerada uma terapia curativa, esta deve ser vista sim, como uma combinação de ações, efetuadas pelo terapeuta, através do uso correto dos sons, instrumentos e movimentos corporais que estimulam as zonas do cérebro correspondentes ao processo de cura. A música influencia a nossa mente e o nosso organismo, mediante a criação de emoções. Qualquer composição musical pode influenciar seja de forma positiva, quer seja de forma negativa, isto é, tanto pode causar depressão, angustia, stress e ansiedade, como pode causar relaxamento, alegria e equilíbrio psicológico.
Fonte blog http://www.universoterapeutico.blogspot.com.br