Ogum (em yoruba: Ògún) é, na mitologia yoruba,
o orixá ferreiro,[1] senhor dos metais. O próprio Ogum forjava suas
ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura, e para a
guerra. Na África seu culto é restrito aos homens, e existiam
templos em Ondo, Ekiti e Oyo. Era o filho mais velho de Oduduwa, o
fundador de Ifé, identificado no jogo do merindilogun pelos odu
etaogunda, odi e obeogunda, representado materialmente e imaterial pelo
candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba ogun.
Ogum é considerado o primeiro dos orixás a descer do Orun (o céu), para
o Aiye (a Terra), após a criação, um dos semideuses visando uma futura
vida humana. Em comemoração a tal acontecimento, um de seus vários nomes
é Oriki ou Osin Imole, que significa o "primeiro orixá a vir para a
Terra".
Ogum foi provavelmente a primeira divindade cultuada
pelos povos yorubá da África Ocidental. Acredita-se que ele tenha wo ile
sun, que significa "afundar na terra e não morrer", em um lugar chamado
'Ire-Ekiti'.
É também chamado por Ògún, Ogoun, Gu, Ogou, Ogun e
Oggún. Sua primeira aparição na mitologia foi como um caçador chamado
Tobe Ode.[2]
Índice
1 Família
1.1 O guerreiro
2 Arquétipo
3 Aspecto
3.1 Oferendas e danças
4 Diferentes mitologias
4.1 Brasil
4.2 Cuba
4.3 Haiti
4.4 Outras características
5 Ver também
6 Referências
7 Bibliografia
8 Ligações externas
Família
Assentamento de Ogum candomblé.
É filho de Oduduwa e Yembo, irmão de Xangô, Oxossi, Oxun e Eleggua.
Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a
cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se
seu regente em Ifé.
Ogum é um orixá importantíssimo na África e
no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas.
Ogum é o último imolé.
Os Igba Imolé eram os duzentos orixás da
direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A
Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os
outros quatrocentos orixás da esquerda.
Foi Ogum quem ensinou
aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete
instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e
faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.
O guerreiro
Era um guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos.
Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos
escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e
devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o
rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando
ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Tem semelhança com o vodum
Gu.
Arquétipo
De acordo com Pierre Verger, o arquétipo de
Ogum é o das pessoas fortes, aguerridas e impulsivas, incapazes de
perdoar as ofensas de que foram vítimas.[3] Das pessoas que perseguem
energicamente seus objetivos e não se desencorajam facilmente.[3]
Daquelas que, nos momentos difíceis, triunfam onde qualquer outro teria
abandonado o combate e perdido toda a esperança.[3] Das que possuem
humor mutável, passando de furiosos acessos de raiva ao mais tranqüilo
dos comportamentos.[3] Finalmente, é o arquétipo das pessoas impetuosas e
arrogantes, daquelas que se arriscam a melindrar os outros por uma
certa falta de discrição quando lhe prestam serviços, mas que, devido à
sinceridade e franqueza de suas intenções, tornam-se difíceis de serem
odiadas.[3]
Aspecto
Dança a Ogum.
Na Santeria Ogum é
dono dos montes junto com Oshosi e dos caminhos junto com Eleggua.
Representa o solitário hostil que vaga pelos caminhos. É um dos quatro
Orixás guerreiros. Suas cores são o azul e branco ou branco e vermelho.
No Candomblé Ogum é o Orixá ferreiro dono de todos os caminhos e
encruzilhadas junto com seu irmão Exu, também é tido como irmão de
Oxossi e uma ligação muito forte com Oxaguian de quem é inseparável,
aparece como o Senhor das guerras e demandas, suas cores são Azul
cobalto e o verde e na Umbanda sua cor é o vermelho.
Oferendas e danças
Sacrificam-se bodes, galos, galinhas-de-angola (macho), pombos, e
patos. Todos os orixás masculinos (agboros) recebem sacrifícios de
animais machos.
Diferentes mitologias
Ogun - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil.
Ogum no Haiti (é um vodun haitiano, um loa) do fogo, do ferro, da caça,
da política e da guerra. É o patrono dos guerreiros, e normalmente é
mostrado com seus artefatos: facão e espada, rum e tabaco. Ogum é um dos
maridos de Erzulie e foi marido de Oyá e Oxum na mitologia yorubá.
Tradicionalmente um guerreiro, Ogum é visto como uma poderosa divindade
dos trabalhos em metal, semelhante à Ares e Hefesto na mitologia grega e
Visvakarma na mitologia hindu. É representado, no Brasil, como São
Jorge; como tal, é poderoso e triunfal, mas também exibe a raiva e
destrutividade do guerreiro cuja força e violência pode virar contra a
comunidade que ele serve.
Dá força através da profecia e magia,
e é procurado para ajudar as pessoas a obter mais um governo que dê
resposta às suas necessidades.
Brasil
Ver artigo principal: Candomblé
Na tradição religiosa afro-brasileira Candomblé, Ogum (como é conhecida
essa divindade yorubá no idioma português) é frequentemente
identificado com São Jorge. Isto acontece, por exemplo, no estado do Rio
Grande do Sul e na cidade do Rio de Janeiro. No entanto, Ogum também é
representado por Santo Antonio, como frequentemente é feito na região
nordeste do Brasil, por exemplo, na Bahia.
Qualidades de Ogum
Ògúnjà
SoróKè
Wari
Lakàiye
Méjèje
Omini
Olode
Onírè
Alágbède
Méjè
Sete folhas mais utilizada para Ogum
Iji opé
Ida orixá
Atoribé
Okiká
Ojusaju
Peregun
Ewurô
Características
Dia: terça-feira;
Metal: ferro;
Cor: azul marinho ou azul escuro e verde.
Comida: feijoada e inhame;
Arquétipo: impetuosos, autoritários, cautelosos, trabalhadores, desconfiados e um pouco egoístas;
Símbolos: espada, facão, corrente de ferro.
Cuba
Em Cuba, na santeria e na Palo Mayombe, ele é chamado de São Pedro, São
Paulo, São João Batista, São Miguel Arcanjo e São Rafael Arcanjo.
Dentro dessas crenças, Ogum é dono dos montes junto com Oshosi e dos
caminhos junto com Eleggua. Representa o solitário hostil que vaga pelos
caminhos. É um dos quatro orixás guerreiros. Suas cores são o verde e o
preto. Ogum é considerado o Orisha dos ferreiros, das guerras, da
tecnologia é violento e interessante.
Na mitologia Fon, Gu é o
deus da guerra e patrono da deidade dos ferreiros e dos artesãos. Ele
foi enviado à Terra para torná-la um local agradável para as pessoas
viverem, e ele ainda não terminou sua tarefa.
Haiti
No Haiti, Ogoun é um lwa cultuado no vodun haitiano.
Símbolo Vodun Ogoun.
A maioria dos africanos que foram levados como escravos para o Haiti
eram da Costa da Guiné da África ocidental, e seus descendentes são os
primeiros praticantes de vodou (aqueles africanos trazidos ao sul dos
Estados Unidos, eram primeiramente do reino de Congo). A sobrevivência
do sistema da crenças no novo mundo é notável, embora as tradições mudem
com o tempo. Uma das maiores diferenças, entretanto, entre o vodun
africano e o Haitiano é que os africanos transplantados do Haiti foram
obrigados a disfarçar o seu lwa, ou espíritos, como santos católicos
romanos, neste país, com Santiago el Mayor, num processo chamado
sincretismo.
Outras características
Em todas as suas
encarnações, segundo as diferentes crenças, Ogum é impetuoso e de
espírito marcial. Ele também está relacionado com o sangue e, por esse
motivo, muitas vezes é chamado para curar doenças sanguíneas., em
especial a anemia ferropriva, pois acredita-se que a deficiência de
ferro no organismo humano, seja a falta da energia de Ogum.
No
culto dos orixás, ele aparece com outras identidades, tais como Ogum
Akirum, Ogum Alagbede, Ogum Alara, Ogum Elemona, Ogum Ikole, Ogun Meji,
Ogum Oloola, Ogum Onigbajamo, Ogum Onire, Ogun-un e Onile, sendo este
último uma encarnação feminina.
Seus "filhos" aqui na Terra são
pessoas fortes, que lutam na vida, são pessoas guerreiras que não
descansam por nada, sempre ativas, combatem tudo. São verdadeiros peões.
São pessoas corajosas, sem medo de se arriscar. São sérias e
perseverantes. Tendência aos extremos: ou defende a polícia, ou foge
dela.