Teoria do Multiverso.
 Um multiverso ou multiuniverso é um conjunto de muitos universos. 
Existem muitos usos específicos do conceito, bem como sistemas nos quais
 é proposto que exista um multiverso. Ele pode significar:Muitos físicos
 lidam com a questão falando não "do Universo", mas do "nosso universo".
 Para eles, existem inúmeros outros universos, cada um existindo dentro 
de sua própria "bolha cósmica".
 
 Cada um desses universos poderá ter físicas distintas, ou seja, diferentes constantes fundamentais e diferentes leis da física.
 
 Uma decorrência imediata dessa teoria é que as bolhas necessariamente 
tocam umas nas outras. E, se tocam, deve haver alguma forma de detectar 
sinais dessas "colisões universais".
 
 Como procurar por outros universos
 
 Agora, pela primeira vez, uma equipe de cientistas está tentando testar experimentalmente essa teoria.
 
 Dois artigos publicados nas principais revistas de física do mundo 
detalharam propostas de como procurar assinaturas de outros universos, 
diferentes da ainda controversa teoria do fluxo escuro.
 
 Os pesquisadores estão procurando padrões em formato de disco, que se formariam pelo contato entre duas bolhas.
 
 Para eles, esses padrões deveriam aparecer na radiação cósmica de 
fundo, uma radiação na faixa de micro-ondas que permeia todo o universo,
 e que os cientistas acreditam ser o eco do Big Bang.
 
 Além da 
dificuldade de rastrear todo o céu, é necessário identificar padrões em 
formato de disco e demonstrar que eles não são apenas padrões 
aleatórios, do tipo "você vê o quer ver se olhar tempo suficiente" para 
alguma coisa - lembre-se das figuras que se formam nas nuvens ou do 
"rosto" na superfície de Marte.
 
 Uma equipe britânica acredita ter encontrado uma solução segura para fazer isso.
 
 Marcas na radiação cósmica de fundo
 
 "Procurar por marcas de colisão, de todos os raios possíveis, em 
qualquer lugar do céu, é um problema estatístico e computacional muito 
difícil," comenta a Dra. Hiranya Peiris, da Universidade College London.
 "Mas foi isto que capturou minha curiosidade."
 
 Em vez de 
confiar nos facilmente enganáveis olhos humanos, eles desenvolveram um 
algoritmo com regras muito estritas, que procura padrões em uma imagem, 
eliminando aqueles que se devem ao mero acaso.
 
 A imagem 
analisada é a da radiação cósmica de fundo, feita pela sonda espacial 
WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropy Probe), que fez o primeiro mapa do 
Universo primitivo.
 
 Pistas não conclusivas
 
 Os 
resultados não foram conclusivos: eles encontraram quatro possíveis 
sinais de colisão com outros universos, quatro formações esféricas no 
céu que, segundo seus modelos matemáticos, não podem ser atribuídos ao 
acaso.
 
 Estatisticamente, os resultados não são consistentes o 
suficiente nem para confirmar a teoria dos multiversos e nem para 
descartá-la.
 
 Mas, segundo eles, a sonda WMAP da NASA não é a última palavra em termos de radiação cósmica de fundo.
 
 O telescópio espacial Planck, da agência espacial europeia, já está 
rastreando o céu, e deverá gerar um mapa muito mais preciso.
 
 Os
 cientistas planejam esperar por esse mapa e então rodar seus programas 
sobre seus dados. Só então, afirmam eles, algo "definitivo" poderá ser 
dito sobre a teoria dos outros universos.
