sexta-feira, 24 de maio de 2013

A MAGIA DOS AROMAS

A MAGIA DOS AROMAS

Temperos que dão água na boca
Algo não cheira bem
22 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo :
23 Tu pois toma para ti das principais especiarias, da mais pura mirra quinhentos ciclos e de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta ciclos, e de cálamo aromático duzentos e cinqüenta ciclos,
24 E de cássia quinhentos ciclos, segundo o ciclo do santuário, e de azeite de oliveiras um him.
25 E disto farás o azeite da Santa Unção, o perfume composto segundo a obra do perfumista; este será o azeite da Santa Unção.
( Êxodo 30,22-25)
É necessário compreender a composição dos aromas dos astros. Estes vapores conferem forças para que sejam recebidas as dádivas celestes sob o raio dos astros, na medida que influenciam fortemente o ar e a respiração.
( o mago Francis Barret )
Ó Diana, amável deusa, sei que você está perto de mim, pois reconheci seu doce aroma.
(Eurípedes).
O Senhor disse a Moisés :
“ Arranja essências aromáticas: resina, âmbar, gálgano, substâncias aromáticas e incenso em partes iguais. Prepararás um perfume, composto segundo a arte da perfumaria, bem dosado, puro e santo”.
“ Tomando Maria um frasco de perfume de nardo legítimo, muito caro, ungiu-lhe os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e a casa ficou toda perfumada .”
( João 12,3)
“ Aqui ela se banha antes, e a volta de seu corpo caem óleos de fragrância suave e ambrosíaca. Os ares, perfumados, a brisa calmante conduz através do Céu, da Terra e de todo o lugar do espaço.
( Homero )
“ Com a fragrância do deus ela despertou, fragrância que ela sentia na majestade dele. Quando ele chegou perto dela, ela se rejubilou ao ver a beleza dele. Seu amor passou para seus membros, que a fragrância do deus inundou.”
(inscrição em pirâmide egípcia)
Muito se falou sobre aromas, perfumes, essência, cheiros, poções mágicas na história da humanidade. Está claro que os aromas influenciam nosso astral. O sentido de olfato age principalmente no nível subconsciente, os nervos olfativos estão diretamente ligados com a parte mais primitiva de nosso cérebro, os sistemas límbicos.
Com o passar das eras, a humanidade na sua maioria, foi deixando os aromas e os perfumes como um símbolo de sedução e higiene. Nesta volta às antigas tradições estamos redescobrindo o uso terapêutico dos aromas. Thot considerava o nariz como o crânio do cérebro, ou rinencéfalo. Os centros cerebrais estão ligados com as fossas nasais e, portanto com o sentido de olfato. Experiências feitas com animais feridos no nariz revelaram que eles perdem a capacidade de discernimento, memória, comendo tudo o que aparece. Crianças com as narinas obstruídas têm dificuldades para prestar atenção.
Sacerdotes egípcios supervisionavam preparações nos templos, lendo fórmulas e entoando cânticos, enquanto seus discípulos misturavam os ingredientes. Queimavam betume para reconhecer em seus pacientes predisposições para epilepsia. Ao meio-dia, quando o ar tornava-se pesado, devido aos vapores da terra, queimavam mirra.
Os egípcios inventaram a destilação do vinho e da resina de cedro. Em todo o Egito os perfumistas tinham um bom funcionamento nasal, que é sinônimo de um bom equilíbrio psicossomático. Usavam vários componentes para embalsamar entre eles o manjericão.
E.A. Wallis Budge, ex-encarregado de antiguidades egípcias e assírias do Museu Britânico, em seu livro “Egyptian Magic”, faz um relato interessante sobre a descoberta de um papiro com o título de “O Ritual de Embalsamamento”, cuja parte desse texto segue abaixo :
“ O perfume da Arábia te foi trazido, para tornar perfeito o teu cheiro entre o cheiro dos deuses. Aqui foram trazidos para ti líquidos que vieram de Rá para tornar perfeito o teu cheiro no Paço ( julgamento ) . Ó alma olorosa do Grande Deus, conténs tão suave perfume que o teu rosto jamais mudará ou perecerá...Teus membros tornar-se-ão jovens na Arábia, e a tua alma aparecerá sobre teu corpo em Ta-neter ( Terra Divina ).”
Depois disso, o sacerdote devia tomar um vaso de líquido contendo dez perfumes, e derrama-lo sobre o corpo da cabeça aos pés, duas vezes, tendo o máximo cuidado para ungir perfeitamente a cabeça. Depois dizia :
“ Osíris, recebeste o perfume que fará os seus membros perfeitos. Recebeste a fonte e tomaste a forma do grande disco, que se uniu a ti para dar forma duradoura aos teus membros: unir-te-as a Osíris no Grande Paço. O ungüento foi a ti para moldar os teus membros e alegrar o teu coração, e tu aparecerás na forma de Rá; far-te-a forte quando chegares ao firmamento, ao anoitecer, e espalharás além o teu perfume nas províncias de Aquert... Recebeste o óleo de cedro em Amentet, e o cedro que veio de Osíris chegou até a ti; ele te livrou de teus inimigos e te protegeu nas terras. A tua alma iluminou-se sobre os veneráveis sicômoros. Apelaste para Isis, e Osíris ouviu a tua voz, e Anubís veio a ti para invocar-te. Recebeste o óleo do pais de Manu que vem do Oriente, e Rá se ergueu sobre ti nas portas do horizonte, nas sagradas portas de Neit. Foste para lá a tua alma, está no Céu Superior; e o teu corpo no Céu Inferior... Ó Osíris, que o Olho de Hórus faça com que o Maná dele chegue até a ti em teu coração, para sempre !”
Magos como Paracelso, Eliphas Levi, Dion Fortune, Aleister Crowley deixaram registros escritos de diversos trabalhos com o uso mágico e ritual dos perfumes como elemento chave. As relações mágicas dos perfumes e estados de consciência foram extraídas dos antigos egípcios, dos alquimistas árabes, cerimônias gregas, hindus, budistas, xamãs e doutrinas de várias culturas. Pesquisas em neuroanatomia mostram que os aromas acessam diretamente a região emocional do cérebro e a memória. Os aromas evocam imagens visuais seguidas de padrões somáticos, quando sentimos um determinado aroma, mesmo anos após, fazemos associações que nos permite ligar o corpo e a mente de maneira única.
Alguns aromas são tão animadores que sua essência divina nos transporta para outros estados de consciência, ao êxtase.
No cristianismo também podemos observar a importância dos aromas, o Menino Jesus, recebeu dos magos do Oriente, incenso e mirra. A Bíblia registra diversas passagens sobre a utilização de aromas.
Na China eram utilizados há mais de dois mil anos. Provavelmente a Índia seja o único lugar do mundo em que a tradição dos aromas nunca morreu.
No mundo ocidental o registro mais antigo do uso de aromas remonta o século XIII, em terras inglesas, e desde essa época vem se estudando o desenvolvimento dos aromas através de óleos essenciais.