Glaciares da Antártica derretem mais rápido nas bases, diz estudo da Nasa
Contato com oceano mais quente acelera perda de massa na região.
A Antártica contém, em média, 60% das reservas de água doce do planeta.
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Plataformas
glaciares localizadas na borda da Antártica são as mais afetadas pelo
aquecimento dos mares, diz estudo divulgado pela Nasa e publicado na
"Science" (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
A base de plataformas glaciares que ficam na borda da Antártica, e tem
contato direto com a água do mar, é a região que mais perde gelo devido à
elevação da temperatura dos oceanos. A informação foi divulgada nesta
sexta-feira (14) por um estudo publicado na edição impressa da revista
"Science" e realizado pela agência espacial americana (Nasa).A pesquisa revelou que o derretimento na base desses grandes blocos respondeu por 55% da perda total de massa dessas formações de gelo. Os dados foram medidos entre 2003 e 2008 e o volume percebido é muito mais importante do que o previamente calculado.
Determinar como essas plataformas glaciares derretem ajudará os glaciologistas e outros cientistas a melhorar suas previsões sobre a resposta da massa glaciar antártica ao aquecimento do oceano e sobre sua contribuição para a elevação do nível dos oceanos.
Os pesquisadores estudaram as taxas de derretimento destas massas de gelo, que são prolongamentos das geleiras flutuantes no oceano e que cobrem uma superfície de 1,5 milhão de km².
A Antártica contém, em média, 60% das reservas de água doce do planeta em forma de plataformas glaciares
Segundo a investigação, este estudo refinará os modelos sobre a circulação oceânica, ao fornecer uma estimativa melhor do volume de água doce procedente do derretimento destas plataformas de gelo na zona costeira da Antártica.
Os cientistas reconstituíram o acúmulo de gelo e a espessura com satélites e aviões, assim como as mudanças na elevação destas plataformas e a velocidade de deslocamento. Eles conseguiram, ainda, determinar com qual velocidade derreteram e compará-las com a formação de icebergs.
"O ponto de vista tradicional sobre a perda da massa de gelo da Antártica é que ela ocorre quase totalmente da ruptura de um iceberg", explicou Eric Rignot, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena (Califórnia, oeste), principal autor deste trabalho.
"Nosso estudo mostra que o derretimento da base das plataformas de gelo no entorno da Antártica contribui de forma muito mais importante", afirmou Rignot.