Nhá Chica
 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Beata Nhá Chica
 Imagem de Nhá Chica, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, em São Lourenço, Minas Gerais.
 Beata
 Nascimento  1810 em Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, Minas Gerais
 Brasil Colônia Estado do Brasil
 Morte  14 de Junho de 1895 (85 anos) em Baependi, Minas Gerais
 Flag of Brazil (1889-1960).svg Brasil
 Veneração por  Igreja Católica
 Beatificação  04 de Maio de 2013, Baependi por Papa Francisco
 Festa litúrgica  14 de junho
 Gloriole.svg Portal dos Santos
 
 Francisca de Paula de Jesus, conhecida popularmente como Nhá Chica 
(Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, 1810 — Baependi, 14 de Junho 
de 1895), é uma leiga brasileira considerada beata pela Igreja Católica.
 
 Índice
 
     1 Biografia
     2 Beatificação
     3 Ligações externas
     4 Referências
 
 Biografia
 
 Filha e neta de escravos, Francisca de Paula de Jesus nasceu em 1810, 
no povoado de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, um dos atuais 
cinco distritos de São João del-Rei, município do estado brasileiro de 
Minas Gerais, onde também foi batizada no dia 26 de abril de 18101 . 
Pouco tempo depois sua família mudou-se para a cidade de Baependi, no 
sul deste estado, onde ela viveu até 14 de junho de 18952 , data de seu 
falecimento. Francisca foi sepultada dia 18 de junho no interior da 
capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição, mandada construir por ela.
 
 Francisca ficou órfã aos dez anos. Mulher humilde, era fervorosa devota
 de Nossa Senhora da Conceição, e, a pedido da mãe, passou a vida 
inteira a dedicar-se à prática de caridade. Leiga, foi chamada ainda em 
vida de "a mãe dos pobres", sendo respeitada por todos os que a 
procuravam, desde os mais humildes aos homens do Império. Durante 30 
anos, reuniu doações para construir a capela de Nossa Senhora da 
Conceição, onde hoje funciona o Santuário da Conceição, na cidade 
mineira de Baependi. Francisca de Paula de Jesus era conhecida por Nhá 
Chica, sendo que "nhá" é corruptela de "sinhá", por sua vez corruptela 
de senhora, forma respeitosa de se tratar aos mais velhos.
 Beatificação
 
 Nhá Chica, já em vida, passou a ser aclamada pelo povo como a Santa de 
Baependi, por sua fé. O Processo Informativo Diocesano começou em 16 de 
julho de 1993, tendo sido encerrado em 1995, quando foi para Roma. O 
Relator deste processo foi o padre José Luís Gutiérrez. A causa ficou 
parada até 1998, quando assumiram como Postulador o Frei Paolo Lombardo,
 OFM e como vice-postuladora a irmã Célia Cadorin, Ciic (mesma religiosa
 que atuou nas causas de Madre Paulina e Frei Galvão). Desde 1991 que 
Nhá Chica é reconhecida como Serva de Deus, título que recebeu 
oficialmente da Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano.
 
 Em 18 de junho de 1998 foi feito o reconhecimento de seus restos 
mortais, na presença de autoridades eclesiásticas, membros do Tribunal 
Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica, da Comissão 
Histórica e de médicos legistas. Ainda em 1998, o Tribunal Eclesiástico 
Pela Causa de Beatificação de Nhá Chica apresentou à Diocese de Campanha
 um provável milagre para ser enviado e analisado pelo Vaticano.
 
 A causa de Beatificação de Nhá Chica aguardava desde 2007 o anúncio de 
sua beatificação, quando uma graça foi atribuída a Nhá Chica. Ana Lúcia 
Meirelles Leite, uma professora moradora de Caxambu, em Minas Gerais, 
teria sido curada de um problema congênito no coração, caso considerado 
muito grave pelos médicos. A cura teria se dado sem a necessidade de 
intervenção cirúrgica, tendo então sido atribuída às orações pela 
intercessão de Nhá Chica. O fato se deu em 1995. A graça foi aceita pelo
 Vaticano, que analisa o pedido de beatificação. No entanto, o início da
 campanha pela canonização teve seu início ainda no ano de 1952. A 
instalação da Comissão em prol da Beatificação se iniciou em 1989, e foi
 depois instalada em definitivo no dia 14 de janeiro de 1992.
 
 A
 publicação da Positio, documento que reúne todos os dados e testemunhos
 recolhidos durante a fase Diocesana, corresponde à primeira etapa do 
processo de beatificação e aconteceu no dia 30 de outubro de 2001. O 
documento seguiu para o Vaticano para ser apreciado pela Congregação 
para as Causas dos Santos.
 
 Em 30 de abril de 2004, os bispos 
brasileiros reunidos em sua 42ª Assembléia Geral da CNBB assinaram um 
documento pedindo a beatificação de Nhá Chica. O documento, que reuniu 
204 assinaturas de Bispos de 25 estados brasileiros, foi encaminhado 
pela Diocese de Campanha ao então Papa João Paulo II.
 
 No dia 8 
de junho de 2010, a Congregação para as Causas dos Santos deu parecer 
favorável às virtudes da Serva de Deus Nhá Chica.3 Já em 14 de janeiro 
de 2011, o Papa Bento XVI aprovou o decreto da Congregação para as 
Causas dos Santos, que atestava as virtudes heróicas da Serva de Deus.4 
Nhá Chica pode receber o título de Venerável, estando assim mais próxima
 da beatificação.5
 
 Aguardou-se, desde então, o reconhecimento 
por parte da Santa Sé, do milagre da cura, atribuído à intercessão de 
Nhá Chica, da professora Ana Lúcia Meirelles Leite, até que no dia 13 de
 outubro de 2011, a Comissão Médica da Congregação para as Causas dos 
Santos, depois de analisar o possível milagre da cura de Ana Lúcia, 
declarou que a cura não teria explicação científica6 . Em 28 de junho de
 2012, o Papa Bento XVI autorizou a Congregação para a Causa dos Santos a
 promulgar o decreto do milagre atribuído à intercessão de Nhá Chica7 .
 
 A beatificação aconteceu no dia 4 de maio de 2013, em Baependi, em 
cerimônia presidida pelo prefeito da Congregação para a Causa dos 
Santos, o cardeal Angelo Amato, representante da Santa Sé, que anunciou a
 data de 14 de junho como a festa litúrgica em memória de Nhá Chica. 
Desta forma, Nhá Chica se tornou a primeira leiga e negra brasileira a 
ser declarada beata pela Igreja Católica.
