quinta-feira, 16 de julho de 2015

A RAZÃO DE NÃO SE COMER CARNE


Hoje em dia milhões de seres humanos em todo o mundo já aboliram completamente o consumo de carne da alimentação. Só nos Estados Unidos, mais de 10 milhões de pessoas se consideram vegetarianas (a população de Portugal), todos contribuindo assim para um Mundo Novo, mais justo e humano, sem Matadouros nem holocaustos diários de animais que geram um karma terrivel que será pago sempre na forma de doenças, guerras, violências e muito mais.
Figuras de nome da nossa História compreenderam isso há muito tempo e cultivaram desde cedo os princípios éticos, filosóficos, morais e espirituais, falando duma verdadeira forma de alimentação. Entre eles se destacaram grandes Filósofos, Poetas, Profetas, Escritores, homens simples ou ilustres doutores, que preferiram sempre o alimento vegetal em vez dos retalhos sangrentos do cadáver do animal. Eis alguns desses exemplos:
PITÁGORAS, o famoso filósofo grego, disse um dia: «Queridos companheiros, não profaneis os vossos corpos com alimentos pecaminosos. Nós temos o milho, temos maçãs que curvam os galhos com seu peso e uvas crescendo nos vinhedos. Há ervas de sabor doce e legumes que podem ser cozidos e abrandados no fogo, nem se nos nega o leite ou mel perfumado com menta. A terra proporciona um suprimento exuberante de riquezas, de alimentos inocentes e oferece-nos banquetes que não envolvem derramamento de sangue ou matança; somente as feras satisfazem sua fome com a carne»... E mais concluiria dizendo: "Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor".
PLUTARCO, o autor romano, vai mais longe ao dizer: «Podeis realmente perguntar que motivo tinha Pitágoras para se abster de carne. De minha parte, não entendo através de que acidente e em que estado de espírito foi que a primeira pessoa sujou a sua boca com sangue e levou seus lábios em direcção à carne de uma criatura morta, pôs mesas de corpos de animais despedaçados e ousou chamar-lhe de alimento e nutrição às partes que pouco antes haviam bramido e chorado, movimentavam-se e viviam. Como poderiam os olhos suportar a matança em que as gargantas eram perfuradas, a pele esfolada e os membros arrancados?... Certamente não são leões e lobos que comemos para defesa pessoal; pelo contrário, ignoramos estes e chacinamos criaturas dóceis e inofensivas sem presas ou dentes para nos atacar. Por um pouco de carne lhes tiramos o sol, a luz e a duração de suas vidas em evolução»..
LEONARDO D’AVINCI, o grande génio (cientista, matemático, médico, inventor, escultor, pintor e poeta da Renascença) dizia a este respeito que... «Aquele que não dá valor à vida, desrespeitando-a, não a merece». Os seus livros e anotações estão cheios de passagens que mostram a sua compaixão por todas as criaturas e lamentava que «um número incontável de animais terão seus filhos arrancados, rasgados, barbaramente trucidados», dizendo ainda que os homens consumidores de carne dos animais são «locais do seu próprio sepultamento»... E mais concluia dizendo: CHEGARÁ O DIA EM QUE O HOMEM CONHECERÁ O ÍNTIMO DOS ANIMAIS. NESSE DIA UM CRIME CONTRA UM ANIMAL SERÁ CONSIDERADO UM CRIME CONTRA A PRÓPRIA HUMANIDADE.
JEAN JACQUES ROUSSEAU, o grande filósofo francês, defensor da Ordem Natural, referia que uma dieta vegetariana produziria uma pessoa mais pacífica e compassiva, observando na Natureza fenómenos de comportamento em que os animais carnívoros são mais cruéis e violentos, enquanto os herbívoros são mais dóceis e pacíficos, além de mais longevos.  Isto levou-o a concluir que o género de alimento influencia o temperamento dos indivíduos, tanto nos animais como nos humanos.  Esta é uma tese defendida também por outros grandes pensadores...
LEON TOLSTOY, por exemplo, dizia que «Se toda a Humanidade fosse vegetariana eram impossíveis as guerras»... Acreditava este grande escritor russo que ao deixar de matar animais, o homem beneficiaria não só em questões de saúde física e psíquica, mas também de ordem económica e social, e sobretudo temperamental. Tolstoy deixou o desporto da caça em 1885, e refutou o pacifismo da alimentação vegetariana, escrevendo no seu ensaio “O Primeiro Passo” o seguinte: «O consumo de carne é simplesmente imoral, visto que envolve a execução de um acto contrário à conduta humana: Matar!»
ADAM SMITH, pai da economia moderna, proclamou a vantagem duma alimentação vegetariana, sem carnes, dizendo: «Pode-se, de facto, pôr em dúvida se a carne nos açougues é, dalguma maneira, necessária à vida. Grãos (cereais) e outros legumes, juntamente com leite, queijo, manteiga ou mel, propiciam uma dieta mais saudável e revigorante. Em nenhum lugar o decoro impõe que alguma pessoa deva comer carne», chegando mesmo a dizer: "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar"...
BENJAMIM FRANKLIN, escritor e inventor do século XVIII, viria também um dia a tornar-se vegetariano (aos 16 anos de idade) dizendo que «do alimento vegetal «resultou maior progresso, maior clareza de pensamento e mais rápida compreensão»... Isto quer dizer que muitos dos “insucessos escolares” dos nossos jovens seriam reduzidos se alterassem simplesmente o seu modo errado de alimentação, hoje com tanta carne e coca-cola e bebidas alcoólicas nas discotecas no seu modo de ‘diversão’.
O POETA SHELLEY, era um vegetariano convicto que escreveu num ensaio sobre a “Defesa da Dieta Natural” o seguinte: «Que o defensor da alimentação animal seja forçado a uma experiência da conveniência da mesma e rasgue um cordeiro vivo com seus dentes e, mergulhando sua cabeça nos órgãos vitais deste, mate sua sede com sangue quente e fumegante do animal, então, e só então, ele teria alguma lógica»... Shelley tornou-se vegetariano quando estudava na Universidade de Oxford e, juntamente com Harriet (sua espôsa), adoptaram esta dieta logo após o casamento. Num dos seus poemas, o “Queen Mab”, ele até descreveu um mundo utópico onde as pessoas não matariam mais  animais para se alimentar. Assim será um dia, creio eu...
RICHARD WAGNER, o grande maestro e compositor musical do século 19, exprimia a ideia de que «toda a vida é sagrada» e que «uma dieta vegetariana poderia salvar a humanidade das suas tendências violentas e destruidoras, retornando assim ao Paraíso há muito perdido»...  Pessoalmente não creio que seja possivel um Mundo de Paz e harmonia com uma civilização que mata e devora diariamente milhões de seres da criação, sofrendo por isso o reflexo de sua própria Degeneração relacionada com a sua errada forma de alimentação.
DAVID THOREAU , dizia também num dos seus livros (“Walden”), o seguinte: «Não é uma vergonha que o homem se tenha tornado um animal carnívoro, predador de outros seres? É verdade que ele pode viver, e vive, em grande medida, da captura e abate de animais; mas isto é uma forma miserável e desumana de tratar os seres inferiores e será considerado um benfeitor da sua raça aquele que ensinar as pessoas a se restringirem a uma dieta sã, simples, inocente, benigna e coerente».
GANDHI, o grande pacifista e humanista do século XX, também era vegetariano e dizia: «É necessário que se corrija o erro de que o vegetarianismo nos tenha tornado fracos de mente, passivos ou inertes na acção. Não considero a alimentação carnívora necessária a qualquer etapa de vida do ser humano. Considero a alimentação cárnea inadequada à nossa espécie. Erramos ao copiar o mundo animal irracional, os carnívorosl se somos superiores a eles. Sinto que o progresso espiritual da Humanidade requer que paremos de matar os nossos companheiros neste Mundo, os animais, só para satisfazer alguns dos nossos desejos corpóreos»... Gandhi sintetizava sua ideia na seguinte afirmação: «O grau de cultura e de civilização dum povo conhece-se pela forma como se alimenta e trata os seus próprios animais»...
Doutro modo, é o próprio Albert Einstein (Pai da Teoria da Relatividade), pacifista e humanista, que defende também a ideia de que: «A maneira vegetariana de viver, por seu efeito puramente físico no temperamento humano exerceria uma influência benéfica sobre toda a Humanidade»... Palavra de cientista que infelizmente não entra nos ouvidos dos pseudo-entendidos, os comedores de cadáveres de animais que deviam aprender mais com os 'tolos' vegetarianos dos tempos actuais.
Para terminar, cito um poema de George Bernard Shaw que toca na consciência de muitos ‘crentes’ em Deus que ainda não entenderam a importância fundamental da alimentação pura e natural, para um progresso mais justo e humano da Humanidade Actual que ainda está longe de ser perfeita e transgride as Leis da Vida, da Natureza e da Ordem Universal. Por isso Bernard Shaw se exprimia assim: "Oramos aos domingos para que possamos ter a luz/ Que guie nossas passadas na trilha que partilhamos/ Estamos saturados de guerra, o conflito não nos seduz/ Mesmo assim é dos mortos que nos fartamos"...


Rui M. Palmela