Casas verdes, cidades sustentáveis
Não apenas as pressões econômicas, como também o crescente aumento do preço do petróleo impulsiona a
demanda pelo isolamento térmico efetivo, além das fontes energéticas alternativas na construção de casas.
Assim, o recém introduzido certificado energético para construções da Alemanha, deverá futuramente permitir uma maior transparência em relação à verdadeira necessidade energética de uma construção. Também será possível otimizar o uso de energia dos antigos prédios e até monumentos arquitetônicos. “A economia energética geralmente começa com uma melhoria no sistema de aquecimento”, enfatiza Gerhard Weiss, diretor das atividades de conservação regional de Hessen. Além disso, o senso de responsabilidade em relação ao meio ambiente leva muitas construtoras a evitar, se possível totalmente, o uso de combustíveis fósseis. Porém, energia geotérmica e solar para as residências com eficiente isolamento térmico, são somente aspectos parciais de um princípio muito mais fundamental: asustentabilidade na construção.
Planejamento sustentável
Afinal, a sustentabilidade abrange mais do que a construção de uma casa individual; ela inclui uma série de medidas. “A construção urbana é o campo mais importante para a longevidade e sustentabilidade”, ressalta o arquiteto de Vorarlberg, Carlo Baumschager, da empresa Baumschlager Eberle, internacionalmente reconhecida. A Carta de Leipzig sobre as Cidades Européias Sustentáveis – uma declaração de intenções que atua como diretriz para futuros planejamentos urbanos, adotada em 2007 durante a Presidência Alemã na União Européia – sublinha, por isso, que o conceito que combina moradia, trabalho, educação, fornecimento e formação de espaços de lazer nos distritos urbanos provou ser particularmente sustentável.
Desperdiçando valiosos recursos
O interesse de retorno em curto prazo por parte dos investidores que estão dispostos a esperar pouco tempo pela amortização de um grande projeto de construção, podem rapidamente se tornar um problema para as autoridades municipais. As cidades devem ser projetadas para durar – como aconteceu durante séculos. Mas muitas vezes a construção urbana e a arquitetura são dominadas pela “mentalidade do jogar fora”: se uma construção não corresponde mais às expectativas dos usuários, ou se a renovação é custosa, ronda a ameaça da demolição, denominada eufemisticamente de “remodelação”. Cada demolição de prédio significa também uma intervenção no projeto urbano e não apenas desperdiça energias valiosas já investidas na construção, mas também produz lixo – freqüentemente lixo tóxico. O resultado é um desperdício de recursos valiosos.
Qualidade e durabilidade
Pequenos passos e medidas simples
Porém, o que isso significa para a arquitetura? São geralmente pequenos passos e medidas simples que ajudam a encontrar a via para um planejamento urbano e arquitetônico sustentável: isso pode ser iniciado através de medidas para o esgotamento do potencial de poupança energética em construções novas – desde o isolamento térmico e dos sistemas fotovoltaicos até a energia solar. Mas, aconstrução sustentável significa também usar materiais existentes na região, ao invés de importá-los utilizando energia intensiva. Significa ainda otimizar construções já existentes ou convertê-las em novas utilizações, ao invés de continuar identificando novas áreas de construção, o que contribui igualmente para a destruição ambiental. Os arquitetos Baumschlager Eberle desenvolveram para além dessas medidas, um outro conceito para seus projetos: eles objetivam a criação de estruturas de construção as mais neutras possíveis para tornar mais fáceis as futuras conversões para residências ou escritórios. Esse tipo de estrutura de construção flexível não significa necessariamente gerar monotonia urbanística ou arquitetônica. O design das fachadas dá conta disso. Mas também nesse aspecto vale o que se aplica a toda forma de construção sustentável: a imprescindível qualidade.
Jürgen Tietz
é crítico de arquitetura free-lance em Berlim
Tradução: Hedda Malina
é crítico de arquitetura free-lance em Berlim
Tradução: Hedda Malina
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Abril de 2008
Abril de 2008