sábado, 21 de dezembro de 2013

Solte as travas e libere o fluxo da vida!

Solte as travas e libere o fluxo da vida!

Publicado em 30 de novembro de 2013 | Por Beatriz | Autoconhecimento, Mensagem de Reflexão
“Podemos escolher recuar em direção à segurança ou avançar em direção ao crescimento. A opção pelo crescimento tem de ser feita repetidas vezes. E o medo tem de ser superado a cada momento”. (Abraham Maslow)
A vida é uma conjunção invisível de energias que fluem com o propósito da evolução e da renovação, e que envolve, especificamente, cada ciclo das inúmeras espécies consideradas vivas no planeta Terra.
Neste contexto vital, o homem, única espécie dotada de inteligência e livre-arbítrio, é também a única que vai contra o fluxo natural da vida, porque as suas escolhas nem sempre acompanham um ritmo saudável para a sua mente, corpo e espírito. É o caso das pessoas que ficam presas, cativas ao seu passado pela sintonia de seus sentimentos e emoções.
Tal padrão comportamental torna-se responsável por uma espécie de “paralisia” por tempo indeterminado dos sutis mecanismos psíquico-espirituais que estimulam o fluir do processo vital. É quando a vida trava, ou seja, quando inconscientemente “puxamos o freio de mão” do fluxo de sutis energias da dinâmica existencial.
A partir deste momento de paralisia existencial, surgem densas energias consideradas oportunistas, que se revelam nos bastidores dos processos somáticos associados aos processos obsessivos de origem anímica ou espiritual. São os casos relacionados a patologias cuja depressão encontra terreno fértil para contagiar a sua energia.
Uma vez cativo da depressão, que se instala através de intermináveis crises, tal situação leva o indivíduo a depender da sua própria capacidade de superação para reencaminhar a sua vida sob a perspectiva do fluxo saudável de energias. É quando a pessoa recupera a sua autoestima e a vontade de viver e crescer.
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As perdas, principalmente a sequência de perdas afetivas, os abusos ocorridos na infância e a falta de referência positiva no histórico de relação parental, estão entre as principais causas das patologias consideradas paralisantes do processo de crescimento integral. Podemos exemplificar esta situação da seguinte forma: somos como um automóvel zero quilômetro que pega uma estrada para a sua primeira viagem. No entanto, no decorrer da jornada, ocorre um acidente que danifica algumas peças importantes no funcionamento do motor. Na sua segunda viagem, o veículo envolve-se em outro pequeno acidente e acaba sendo rebocado para uma oficina mecânica. Com setenta mil quilômetros rodados o motor do automóvel já não é mais o mesmo, considerando-se o seu tempo de uso e o histórico de envolvimento em acidentes e trocas de peças mecânicas.
No caso exemplificado, o automóvel é o corpo físico do indivíduo. O motorista é o eu, o ego, e os acidentes e incidentes que ocorrem pelos caminhos referem-se às escolhas, isto é, ao livre arbítrio. Portanto, a vida útil de um automóvel ou de um ser humano, convergem para uma mesma realidade, à medida que o “condutor” das duas situações é o ser inteligente dotado de liberdade -e responsabilidade- para escolher o seu destino.
A paralisia vital que tende a repetir-se durante os capítulos da história existencial do espírito reencarnado, é uma experiência dolorosa provocada pela inércia em relação ao processo de autoconhecimento que leva o indivíduo a despertar para a realidade de sua natureza interdimensional.
Portanto, a vida bloqueada, travada por condicionamentos arcaicos ligados a sentimentos e emoções, significa um atraso no processo expansivo que passa pelo conhecimento de si mesmo inserido num mundo em fase de transmutação energética. É como se o condutor do dito automóvel, puxasse o freio de mão por medo de conduzir o veículo por caminhos que, repentinamente, tornaram-se tortuosos e sombrios.
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Este sentimento de negação aos enfrentamentos e desafios que representam a vida, revela a falta de percepção e aceitação de sua natureza hominal sujeita às experiências de perdas e ganhos próprias da caminhada evolutiva. Visão egocêntrica que não enxerga o outro que passa pelas mesmas vicissitudes que a vida apresenta a todos nós.
Valorizar em demasia o efêmero, e negar a transcendência, é não perceber o seu próprio potencial expansivo no sentido da confiança no processo vital. Em seu texto, “A importância da espiritualidade para a saúde”, Leonardo Boff afirma que a espiritualidade reforça na pessoa, em primeiro lugar, a confiança nas energias regenerativas da vida. “Sabemos pela psicologia do profundo e da transpessoal, do valor terapêutico da confiança na condição normal da vida. Confiar significa fundamentalmente afirmar: A vida tem sentido, ela vale a pena, ela detém uma energia interna que a autoalimenta, ela é preciosa. Essa confiança pertence a uma visão espiritual do mundo”.
O freio puxado da vida, só pode ser liberado pelo seu condutor.
Impasse íntimo que contraria a lógica da dinâmica vital alimentada pelo fluxo contínuo de suas energias restauradoras e curativas que levam o ser inteligente à expansão da consciência.
A inércia, a paralisia, enfraquece a alma e adoece o corpo porque mantém o indivíduo ligado a energias contrárias ao fluxo natural do crescimento pela via do autoconhecimento. Caminho que, necessariamente, passa pela visão espiritual do mundo e pela aceitação de que somos seres importantes na formação do Todo Indivizível, ou seja, a certeza de que o homem não é um fragmento perdido na imensidão cósmica, mas uma valiosa obra da arquitetura universal.
por Flávio Bastos