Como cantar em conjunto mexe com seu organismo
Por Guilherme de Souza em 28.07.2013 as 16:00
Com prática e dedicação, os membros de um coral conseguem sincronizar suas vozes com maestria, e, pelo visto, a sincronia não para por aí: de acordo com estudo publicado recentemente no periódico Frontiers in Neuroscience, cantar em coral pode sincronizar o ritmo cardíaco das pessoas.
Nessa pesquisa, liderada pelo compositor, cantor e neurocientista Bjorn Vickhoff, da Universidade de Gothenburg (Suécia), os autores monitoraram o ritmo cardíaco de 15 membros de coral enquanto eles cantavam juntos. Resultado: suas pulsações se alteravam no mesmo ritmo, e a harmonia variava de acordo com a estrutura da música.
Vickhoff acredita que esse fenômeno é causado pela respiração. “Quando exala, você ativa o nervo vago (…), que vai do tronco cerebral ao coração. E quando ele é ativado, o coração bate mais devagar”, explica, em entrevista à BBC.
Outra pesquisa, divulgada em 2012, mostrou que tocar em conjunto pode sincronizar padrões cerebrais dos músicos. Dessa vez, foram monitorados 16 guitarristas enquanto tocavam em dueto. Conforme tocavam, as regiões do cérebro relacionadas a cognição social e produção musical eram ativadas no mesmo ritmo.
Será que esse tipo de sincronia causada por música é benéfica? Existe algum efeito a longo prazo?
“Há estudos sobre a respiração em ioga (…) e em respiração guiada, e elas parecem ter efeitos de longo prazo na pressão sanguínea”, aponta Vickhoff. “Nós acreditamos que cantar também poderia ser benéfico [nesse sentido]“. [LiveScience (1), LiveScience (2),BBC, Frontiers in Neuroscience]