segunda-feira, 15 de julho de 2013

CIGANOS

CIGANOS

por Mãe Edina de Carvalho Varino
foto: Lilyana Israele
foto: Lilyana Israele
Agradeço pela oportunidade e gentil convite para expressar meu carinho sobre o Povo Cigano. Mesmo pertencendo à Umbanda há tanto tempo e sendo essa uma das linhas de maior afinidade para mim, se não for a maior, não me considero conhecedora desse povo, mas sim uma grande admiradora.
Acredito que os espíritos que trabalham nessa linha, não necessariamente foram em outra passagem um(a) cigano(a), mas são em primeiro lugar espíritos trabalhadores comprometidos com um propósito maior da Lei Divina: Trazer alegria, cura para as dores de amor ou falta dele, ensinar a amar sem julgamentos e a perdoar.
As giras ciganas são retrato de toda essa expressão de alegria, associada à magia que lhes são peculiares. Roupas alegres, coloridas e ricas em adornos, muita música, comida e bebida fartas, também gostam de flores, beleza e organização. Trabalham com punhais, moedas, frutas, mel, fitas, lenços, jogos de adivinhação e leitura de mãos. Mesmo quando não há fogueira, utilizam em seus rituais a energia do fogo, como forma de transmutação. Os ciganos falam com o olhar e prezam muito o poder da “palavra” e por esse motivo honram seus tratos.
Sou admiradora dessa linha que foi a fonte inspiradora do meu ritual de união matrimonial há 4 anos atrás.
Eu e o Fábio “de fato” nos falamos e nos conhecemos na festa cigana realizada na Chácara em Pinhalzinho no ano de 2008, nosso casamento foi realizado no Ciesl em 21.03.2009. Escolhemos em sinal de admiração e gratidão à essa linha, que todo cerimonial lembrassem as tradições ciganas, adaptado à cerimônia umbandista.
Assim como as noivas tradicionais vestem branco, escolhemos a roupa cigana como traje dos noivos e padrinhos, eu estipulei as cores Lilás e Roxo como as cores da noiva, em homenagem à Cigana Salete que trabalha comigo na Umbanda. O convite era um “pergaminho”, a decoração colorida e com muitas flores e velas. Contratamos um Grupo Cigano de verdade (rs) para tocar na cerimônia religiosa e fazer durante a festa o ritual da fertilidade. Além das comidas tradicionais de casamento, oferecemos uma mesa de frutas e ponche, e a lembrancinha era um pequeno baú de madeira com pedras semipreciosas in natura.
Enfim, há muito que aprender sobre esse povo, suas reais origens e tradições. Um povo que sofreu com o preconceito e perseguições, que pagou muitas vezes com a própria vida pelos seus ideais de liberdade. Mas há muito mais o que agradecer por outro lado, a essa Linha que trabalha incansavelmente na Umbanda pelo Bem Maior.
Meu sincero respeito aos ciganos encarnados e minha eterna reverência e gratidão à Linha Cigana.
Axé!!!!!